terça-feira, 11 de novembro de 2014

PRIMERAS AVENTURAS !!!

   Finalmente me tornei cavaleiro e posso esbanjar minha glória por todos os cantos da Espanha. Claro que dentre várias coisas que me passaram pela cabeça ao sair do grande castelo, me lembrei dos conselhos do nobre homem do castelo.
   Se quisesse ser um verdadeiro cavaleiro como nos contos, teria que voltar a minha velha morada e arranjar os artigos necessários. Com um puxão no cabresto mudei a rota a ser seguida.
   Ouvi vozes ao longe, vinham do bosque, foi o que minhas orelhas bem treinadas constataram. Eram de algum necessitado precisando dos serviços dum cavaleiro andante, vi minha chance e não hesitei.Entrei na brenha e logo me deparei com um jovem amarrado a uma árvore, era espancado sem pudor por um lavrador qualquer.
   Intervi na covardia que se passava diante de mim, desafiei o vilão a vir pelejar comigo. O homem logo recuou e tentou se explicar porém eu não estava com paciência para ouvir ladainhas e o ameacei mais uma vez com minha lança se não soltasse o garoto.
Como o esperado ele libertou o jovem. O homem devia nove meses de salário ao pobre moço, fiz o malfeitor jurar que não o machucaria e fui embora, feliz com minha ação de cavaleiro andante.
   Andei mais umas duas milhas em cima do lombo de Rocinante e vi um grupo de pessoas, mercadores de Toledo mais especificamente, terra de minha amada princesa Dulcinéia. Esperei os comerciantes se aproximarem e bradei com minha melhor voz:
   - Que todos se detenham até confessarem que não há no mundo donzela mais formosa que a imperatriz da Mancha, a incomparável Dulcinéia del Toboso.
   Logo um canalha retrucou minhas palavras, ele duvidava da beleza de minha doce princesa!!!! Acabaria com ele custasse o que custasse, arremeti contra o patife mas  meu alazão foi-se ao chão e levou-me junto a ele.
   Depois da queda só vi minha lança ser tomada de mim, ouvi gritos e senti a dor de ser espancado por minha  própria arma. Algum tempo depois disso me vi sozinho e ferido, mas não se engane, não havia vergonha nenhuma em sofrer esses hematomas, entendam que essa é a desgraça própria dos cavaleiros andantes. Sem falar que a culpa não fora minha e sim de Rocinante que caíra no momento errado.

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